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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Páscoa… Como foi este ano?

Páscoa… Como foi este ano?

Estou um pouco triste. Falando em bom português, este ano a Páscoa não foi bem o que eu esperava, ou seja, não superou (quase) as minhas expectativas.
Eu já tenho vindo a notar que esta tradição da Páscoa se está a “desmoronar” cada vez mais, mas em certos (ou quase todos) lugares, claro! Actualmente, a Páscoa já não é o que era; não que eu tenha muita idade para o afirmar convenientemente, pois tenho apenas 14 anos e ainda não conheço e não sei o que é nem metade da Vida… Mas reconheço os factos! E o “facto” é que o que eu digo (e não sou só eu) é verdade. Tudo é uma questão de tempo…
De manhã não tinha vontade de acordar; e o mais intrigante é que eu sabia que dia era! Os leves e brilhantes raios de sol não irradiavam das minhas janelas; o cheiro ténue e perfumado das flores e de algo que eu nunca identifiquei realmente mas que ligo, talvez, à Religião, não “tocavam” o ar que eu respirava; não me apetecia estrear uma peça de roupa comprada com orgulho para esta ocasião especial e não ouvia o verdadeiro e sensacional som dos pássaros, dos sinos longínquos, do vento a soprar baixinho sussurrando com carinho nos “ouvidos” da Primavera radiante e, principalmente, do silêncio!
Pensei: ”Será que estou doente?” Bem… Não estava. Longe disso, era outra coisa. Outra coisa que ainda (infelizmente) não descobri.
Embora tudo isto, levantei-me cedo e olhei para a janela: estava um nevoeiro intenso e a multidão de gente a que eu já me acostumara não estava presente; nos anos anteriores eu via as pessoas a correr de um lado para o outro (essencialmente as crianças), todo o pessoal ria e esperava ansiosamente a chegada do compasso, que com as capas brancas e vermelhas, aos grupos, com as cruzes prateadas e brilhantes que com cuidado e louvor temos de beijar e, com uma recitação generosa e alegre temos de repetir, os saudava. Este ano veio o compasso e tudo isso, mas havia uma certa instabilidade, um determinado desânimo nas faces de cada um… Mas o que eu não posso criticar são as doçarias, pois isso houve e não eram nada más!
Estou a escrever isto, e são exactamente 13 horas e 50 minutos (não sei os segundos, pois não devemos perder muito tempo a tentar apanhar o tempo, ou muito menos a contá-lo…), e como não sou vidente nem nada do género, não sei como vai ser o resto do meu dia, mas tenho a certeza que vai melhorar…
São agora 15 horas e 56 minutos e tinha razão: o meu dia melhorou bastante! Estou neste preciso momento a deliciar uns petiscos com parte da minha família materna em casa da minha avó materna depois de termos recebido o compasso e, agora de seguida, vamos dar um passeio pela aldeia (não toda, pois é muito grande) até à casa de uns tios, pois, ao contrário da manhã, está uma tarde bela e maravilhosa…
Estou estupefacta… São 23 horas e 13 minutos (sei que é um pouco tarde mas dá-se um desconto) e o meu dia está prestes a terminar e, embora tenha começado de uma forma terrivelmente estranha, está a acabar muito bem; acabei mais ou menos há uma hora de assistir a um espectáculo de fogo-de-artifício – “girândolas”, “espirais”, “caracóis”… - uma autêntica explosão de diversas cores, sons e fantasias, algo que me pareceu mágico não sei porquê! Foi lindo, pois foi a primeira vez que (por prazer) assisti a este espectáculo de magia e celebrações num célebre dia de Páscoa!
Vou agora sem pressas dormir. Não sei se vou ou o que vou sonhar, mas acho que vai ser algo de fantástico, alegre e abstracto, que caracterizará o meu dia de hoje… e… o COMPLETARÁ!
Ah… E já não estou triste, mesmo nada! Eu compreendo, a sério, bem… só não sei porque é que já acabou?




Ana Isabel Sousa N.º2 8ºA

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